Copom reduz, pela nona vez consecutiva, a taxa Selic

Dando continuidade ao ciclo de afrouxamento da política monetária, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu nesta quarta-feira (5), pela nona vez consecutiva, os juros básicos da economia brasileira. “A Taxa Selic, que passou de 2,25% a.a. para 2% a.a., está no menor patamar desde que se iniciou o sistema de metas para inflação, em 1999”, ressalta a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.

Conforme as projeções de mercado, com essa redução o Copom encerrou o ciclo de cortes iniciado em 2019, quando os juros estavam em 6,5%.

A expectativa do Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, aponta que a Selic encerrará 2020 em 2%. A menor taxa de juros objetiva fomentar a economia nacional que, em abril, chegou ao fundo do poço com as medidas de isolamento social adotadas em função da pandemia provocada pelo novo Coronavírus SARS-CoV-2.

Apesar da melhora observada nos últimos dois meses (maio e junho), a economia deverá registrar, em 2020, a pior queda do seu Produto Interno Bruto (PIB) desde 1901.

A economista ressalta que há cinco semanas consecutivas as estimativas para o PIB em 2020 têm ficado menos pessimistas em função de resultados positivos em alguns segmentos. No Boletim Focus, as expectativas para o resultado do PIB em 2020, que em 26 de junho deste ano eram -6,54% passaram para -5,66% em 31 de julho. “Nas próximas semanas esse número pode sofrer novos ajustes e indicar um recuo menor do que o atualmente aguardado. Nesse contexto é necessário destacar que alguns analistas já projetam queda do PIB em 2020 de -4,5% a -5,0%”, diz.

Segundo Vasconcelos, dados sobre o emprego formal e também alguns indicadores de confiança contribuem para justificar a melhora das estimativas para a economia nacional. O resultado da pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em julho, é um exemplo.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) cresceu em 29 dos 30 setores da Indústria considerados. O ICEI da Indústria de Construção atingiu 46,3 pontos, após crescer 3,7 pontos em julho. Foi a terceira alta consecutiva do índice, que acumulou elevação de 11,5 pontos no período. Todos os três setores da construção considerados registraram crescimento do indicador, apesar de estarem abaixo da linha divisória que separa falta de confiança de confiança.


AGÊNCIA CBIC